Valor Econômico 2 de Novembro de 2014
A montadora alemã Audi, do grupo Volkswagen, anunciou na terça-feira (28) que o sedã A3, primeiro carro a ser produzido na fábrica da marca no Paraná, será equipado com motores bicombustíveis, a chamada tecnologia flex, que funciona tanto com gasolina como com etanol.
Esses propulsores, de potência 1.4, serão produzidos na fábrica de motores da Volks em São Carlos, no interior paulista, e fazem parte da meta da Audi de alcançar índice de 40% de peças nacionais nos veículos montados no Brasil.
O início das operações nas linhas de produção do A3 em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, está previsto para o segundo semestre do ano que vem. Já no primeiro semestre de 2016, o utilitário esportivo Q3 também será montado no local.
A Audi está investindo R$ 500 milhões na adaptação da fábrica paranaense, compartilhada com a Volkswagen. A capacidade instalada será de 26 mil carros por ano. A produção dos motores em São Carlos começará junto com o início da montagem de automóveis.
Jörg Hofmann, presidente da Audi no Brasil, também reforçou nesta terça-feira o plano da marca de dobrar o tamanho da rede de concessionárias, chegando a 60 lojas em 2017. Até o fim deste ano, a Audi espera alcançar 40 concessionárias no país, 12 a mais do que tinha no fim de 2013.
"Vamos fortalecer nossa presença em muitas capitais e crescer no interior do país", afirmou Hofmann, ao participar da apresentação à imprensa do salão do automóvel de São Paulo, que acontece no pavilhão de exposições do Anhembi, na zona norte da capital paulista. O plano de desenvolvimento da rede prevê investimento de R$ 300 milhões, mas a maior parte desse montante é financiada pelas próprias concessionárias.
A montadora ainda revisou a previsão de vendas para 2014, de 10 mil para 12 mil unidades. No primeiro semestre, a Audi vendeu quase o volume equivalente ao ano fechado de 2013. Até o mês de setembro, foram 9,7 mil veículos entregues no país. Para o próximo ano, Hofmann afirmou que a expectativa é de ultrapassar a marca dos 15 mil carros. E até 2020, o objetivo é dobrar esse volume para 30 mil unidades no mercado brasileiro.
Ao comentar a eleição de domingo, quando a presidente Dilma Rousseff (PT) conquistou sua reeleição, Hofmann ressaltou que o resultado eleitoral não altera os planos de longo prazo da marca no Brasil. Disse, no entanto, que espera no segundo mandato de Dilma a manutenção do programa de incentivos fiscais a montadoras instaladas no país conhecido como Inovar-Auto. |