Com o objetivo de informar a população e os profissionais da saúde sobre os sinais, sintomas, reações adversas e condutas que devem ser tomadas em relação aos casos de Hepatite C, nesta sexta-feira (21), foi lançado um tratamento para a doença no Centro de Atendimento de Infecções Crônicas (Caic).

A hepatite causada pelo vírus C (HCV) é uma das doenças infecciosas mais comuns, acometendo cerca de 170 milhões de indivíduos no mundo. Apesar de ser assintomática, na grande maioria das vezes, a infecção evolui para a forma crônica, podendo progredir para cirrose em até 20% dos indivíduos cronicamente infectados, em período que varia entre 10 a 25 anos. Uma vez instalada a cirrose hepática, a incidência do carcinoma hepatocelular gira em torno de 1 a 5% ao ano. No Brasil, dados referentes ao primeiro estudo de base populacional sobre a endemicidade da hepatite C encontraram prevalência de 1,38%, com estimativa de 1,3 milhões de indivíduos infectados.

Tendo como alvo os pacientes com menores chances de resposta ao tratamento com interferon peguilado e ribavirina, as únicas opções de tratamento até 2012, estudos foram desenvolvidos em busca de novas opções terapêuticas. Nos últimos quatro anos a inclusão do uso de medicamentos de ação direta contra o HCV mostrou eficácia elevada para o tratamento de determinados subgrupos com baixa probabilidade de resposta ou com falha de resposta à terapia dupla com interferon e ribarina.

A terapia tríplice com Telaprevir ou Boceprevir é recomendada para tratamento de pacientes infectados pelo genótipo 1 do vírus HCV e foi incluída nos Protocolos de tratamento orientados pelo Ministério da Saúde para pacientes com fibrose hepática avançada.

De acordo com a enfermeira e coordenadora do Programa Municipal DST-AIDS, Isabella Gerin de Oliveira, este ano, o Caic realizou esforços para o cadastramento da terapia tripla anti HCV e conseguiram o suporte laboratorial e retaguarda para os atendimentos de urgência. “A partir desta semana, estaremos iniciando a administração deste tratamento para os usuários com indicação. Essa doença não tem sinais e sintomas logo no início e quando eles aparecem a doença já está avançada e o fígado muito comprometido, por isso, é importante procurar saber antes, através de testes rápidos e exames oferecidos pelo município”, disse ela.

A professora do Departamento de Medicina da UFSCar, Silvana Chacha, contou que a ideia é que a prevenção seja feita com aqueles pacientes que possuem mais risco de contrair a infecção crônica pelo vírus C, com o intuito de que eles não cheguem no estágio avançado da doença. “Para evitar a doença é preciso ficar atento às formas de contágio que são basicamente por fluídos corporais, principalmente pelo sangue contaminado”, explicou Silvana.

A população interessada no tratamento deve procurar os profissionais do Caic, que está localizado à Rua Sete de Setembro, número 2277, entre as ruas Dom Pedro II e São Joaquim, no Centro ou se dirigir até a unidade de saúde mais próxima de sua residência. Informações: (16) 3419-8240.