Uma equipe do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) está no Campus de São Carlos, desde o dia 2 de setembro, realizando um mapeamento de risco do conjunto arbóreo das áreas 1 e 2.
O serviço, que é complementar às vistorias de rotina, faz parte das ações promovidas com o objetivo de garantir a segurança das pessoas que trabalham, estudam ou circulam neste local, especialmente depois da fatalidade ocorrida no início deste ano.
São mais de 2.500 árvores e, deste total, estão sendo analisadas 616, em função de algumas características previamente levantadas como: tamanho, idade, espécie, estado de conservação e risco gerado. Estão sendo consideradas apenas as plantas localizadas nos espaços urbanizados do campus, ou seja, o estudo não contempla as espécies da reserva legal ou das áreas de proteção permanente.
De acordo com o biólogo Sérgio Brazolin, responsável pela equipe, o trabalho está sendo feito por profissionais do Centro de Tecnologia de Recursos Florestais do IPT e envolve uma metodologia desenvolvida pelo próprio instituto, com análises externa e interna das plantas. Nesta avaliação, são observadas algumas indicações como feridas, cupins, apodrecimento do tronco, pragas, desequilíbrio estrutural e até localização da planta. Um software auxilia o registro e análise de cada planta.
“É importante frisar que a árvore é uma estrutura viva e que tem riscos. Até as que estão totalmente sadias podem cair. Nós colocamos a árvore numa situação urbana e essa convivência tem que ser muito cuidadosa porque há conflitos, seja com o passeio público, seja com as edificações. Não é como em uma floresta ou em um parque que você pode deixar a planta se desenvolver naturalmente”, explicou Branzolin. Ele destaca a importância das árvores para a qualidade de vida, uma vez que possibilita conforto térmico, biodiversidade, retenção da poluição, estética e até um bem-estar psicológico. “As árvores são essenciais porque prestam serviços ambientais fantásticos à cidade, mas a intervenção e a manutenção também são necessárias. É preciso um equilíbrio”, complementou.
O mapeamento deve ser concluído até o final deste mês e apontará as ações de emergenciais que deverão ser adotadas, como poda, eliminação e substituição de algumas árvores. O trabalho também vai colaborar para a definição de um plano de manejo e para a elaboração de indicadores ambientais para melhor gestão das árvores do Campus.
Esclarecimento:
No início do mapeamento algumas árvores foram marcadas com um "X" apenas para orientar a inspeção, ou seja, o sinal não significa que a espécie será eliminada.