Secom/CPP 12 de Março de 2015
Uma iniciativa implantada na rede pública estadual de ensino tem feito com que o desempenho dos alunos melhore, segundo diretores de colégios. Os resultados após cinco anos do início do projeto são satisfatórios, confirmam os números.
Um questionário realizado anualmente pela Secretaria Estadual de Educação mostra que a figura do "professor/mediador", docente responsável por interceder conflitos na escola e promover projetos de integração entre os jovens e suas famílias, caiu no gosto dos educadores.
De acordo com esse levantamento, o total de diretores que enxergam melhoras nos alunos após a implantação dos mediadores saltou de 66%, em 2010, para 83% em 2014.
A ideia da Secretaria, agora, é capacitar educadores de diversas disciplinas para intermediar conflitos entre alunos e identificar pontos de vulnerabilidade na instituição de ensino. "A proposta não é que o mediador seja um cara que fica sentado em uma salinha esperando um conflito acontecer. O foco do trabalho é preventivo", explicou Felipe Angeli, coordenador do Sistema de Proteção Escolar da pasta.
Na prática, quando há um problema entre dois estudantes, por exemplo, o professor/mediador entra em ação e chama as partes envolvidas para conversar. Se, por outro lado, ele perceber algum problema na escola que possa gerar constrangimento aos jovens, também fica responsável por buscar soluções.
Os resultados do projeto evidenciam que, para os docentes, a presença dessa nova categoria de professor melhorou a convivência dos alunos. Para Rodrigo Pereira, coordenador do setor de prevenção do Instituto Sou da Paz, a iniciativa é importante. "Os conflitos são inerentes à natureza humana, sempre vão existir. A questão central é: como a gente lida com isso?", questiona.
Coube à psicóloga Elisabete Aparecida Marques se tornar professora/mediadora na mesma escola onde estudou quando criança, no bairro São Domingos, Zona Norte da capital paulista. Ela conta que nos últimos cinco anos passou por diversas situações, mas uma delas marcou a nova "carreira".
"Um dia chamei um garoto que tinha se envolvido com drogas e disse que precisava de ajuda. Perguntei o que ele gostava de fazer e ele respondeu bailes. Passamos a organizar essas festas e ele foi se empolgando. Largou as drogas e hoje está fazendo uma faculdade federal", comemorou.
Elisabete considera que a maior diferença de quando era estudante com os dias atuais é a possibilidade de diálogo. "Na minha época o estudante via a escola como um local de ditadura e regras. Hoje, o papel dele é colaborativo", conclui.
As informações são do jornal Diário de São Paulo |