O pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos - SP), Caue Ribeiro, apresentou nesta quarta-feira (22), na IBM Pasteur, no Rio de Janeiro (RJ), um panorama sobre as aplicações da nanotecnologia na agropecuária, os resultados obtidos em laboratório e no campo, os desafios e perspectivas futuras.

A apresentação ocorre durante a 10ª edição do Inovação em Debate, promovido pela empresa e que tem como tema central a nanotecnologia no Brasil, as transformações decorrentes desta ciência, principalmente para a área de óleo e gás.

O fórum vai discutir as tendências tecnológicas que contribuem para o desenvolvimento da inovação no mercado e na sociedade, e reunirá especialistas da IBM, jornalistas, influenciadores e analistas de mercado.

Coordenador da Rede de Nanotecnologia aplicada ao Agronegócio (Rede AgroNano), Ribeiro vai destacar o pioneirismo da aplicação desta ciência que calcula tudo em milionésimo de milímetros e combina diversas áreas do conhecimento para gerar tecnologias que já estão mudando a agricultura dos trópicos.

A Embrapa Instrumentação, que desenvolve pesquisas baseadas nessa área do conhecimento desde a década de 90,  sedia o Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), considerado estratégico para o País. O laboratório atua em uma área em ebulição e desenvolve desde sensores para avaliação de bebidas a nanoestruturas para liberação controlada de fertilizantes em solos.

Pioneiro na sua forma de atuação, o LNNA integra o Sistema de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNANO) do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI C).

Integrar o sistema significa ter prioridade nas políticas públicas de apoio à infraestrutura de laboratórios e formação de recursos humanos altamente qualificados, de acordo com as diretrizes da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) e associadas ao Plano Brasil Maior (PBM).

Desde 2009 a Embrapa desenvolve competências para avaliação de segurança de nanoprodutos e, a partir de 2014, graças a um acordo de cooperação internacional, com a participação do MCTI C, integra o NaNoREG, um Consórcio Europeu para regulação em nanomaterais. O consórcio estabele protocolos e práticas de avaliação de segurança de nanoparticulas.

Ribeiro também vai abordar as pesquisas desenvolvidas no âmbito da Rede AgroNano, que envolve 150 pesquisadores no país, e atua no desenvolvimento de sensores e biossesnsores, nanocompósitos de origem renovável, filmes comestíveis, embalagens inteligentes, medicamentos veterinários, entre outros.

"A continuidade da Rede AgroNano envolve, atualmente, atividades de avaliação da capacidade de aumento de escala de produção de nanoprodutos, estudos prospectivos em áreas como nanoemulsões e produção de energias limpas", afirma o pesquisador.

Perspectivas

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que o mercado mundial de nanotecnologia deve movimentar aproximadamente US$ 3 trilhões até 2018. Só em 2010, o mercado mundial de nanotecnologia movimentou cerca de 383 bilhões de dólares – cerca de 58 milhões no Brasil.