Uma união regional promete uma grande mobilização para sensibilizar o governo do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, sobre a necessidade da duplicação da rodovia João Leme dos Santos (SP-264), que liga as cidades de Sorocaba e Salto de Pirapora.
A estrada é movimentada e perigosa, como comprovam dados da Polícia Rodoviária. A cada ano aumenta o número de acidentes; só em 2010, foram 301 ocorrências, 34 delas graves e que provocaram a morte de quatro pessoas. Como o ano mal começou, tudo indica o crescente número negativo: até agora já foram registrados 43 acidentes, somando quatro mortes.
A movimentação pela duplicação da rodovia foi definida após a última audiência pública na Câmara de Sorocaba, no início do mês, e que apontou as iniciativas que devem ser compartilhadas pelo poder público, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), deputados estaduais e UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). Sorocaba, pelo porte e representatividade política, deve concentrar as ações.
O Legislativo sorocabano criou no final de 2010 uma Comissão Especial só para tratar do assunto, presidida pelo vereador Francisco França (PT).
A audiência foi conclusiva para formatar a mobilização da região. O encontro contou com a participação de quatro prefeitos: Joel Haddad (Salto de Pirapora), Antonio José Pereira (Pilar do Sul), Geremias Ribeiro Pinto (Piedade) e Carlos Piveta (Votorantim). Também presente o deputado estadual Hamilton Pereira (PT). O prefeito de Sorocaba, Vitor Lippi, e a deputada Maria Lúcia Amary enviaram representantes, mas também já manifestaram empenho na luta pela duplicação, com pedidos direto ao governo.
O primeiro passo, aponta França, é a elaboração de um ofício pedindo um audiência com o governador Geraldo Alckmin. O encontro, estima França, deve ser no máximo em 30 dias após o protocolo, o que deve ocorrer já na próxima semana. Ao mesmo tempo, já vem sendo preparada uma campanha de divulgação e sensibilização, com patrocínios e com o uso de outdoors, faixas, panfletagem, etc. “Se o governador nos receber e não resolver, estamos programando uma caminhada pela rodovia, de Salto de Pirapora até Sorocaba”, avisa.
Em quatro quilômetros, a maioria dos acidentes graves
A Polícia Rodoviária aponta vários fatores que determinam a transformação da SP-264 em uma pista perigosa. O primeiro deles, explica o tenente Helder André Bonás, da 1ª Companhia, é o boom imobiliário naquela região, com o notável surgimento de novos condomínios. A proibição do tráfego de caminhões pela avenida 31 de Março, em Votorantim, também transferiu o tráfego pesado para a rodovia, sobretudo de motoristas que querem acessar a SP-079, que dá acesso a Piedade e Tapiraí. “Também há ali um grande número de chácaras de aluguel, que movimentam o final de semana. Mas o grande problema está nos dias normais e em horário de pico, principalmente à tarde”, afirma.
Entre os pontos críticos, está o trecho que vai do km 102 ao km 106 (trevo de acesso a SP-079). Nestes quatro quilômetros acontecem cerca de 60% dos acidentes. Outro destaque no trecho é a saída do Jardim Tatiana: quem precisa vir para Sorocaba, cruza a pista para retornar. O mais seguro seria fazer o retorno no trevo, rodando cerca de 2,5 quilômetros a mais. Pela distância, essa prática não é adotada pelos motoristas e o ideal seria a implantação de uma rotatória no local.
O policial destaca que em pistas simples, como a SP-264, os acidentes mais graves surgem em colisões frontais. Com a duplicação, este risco praticamente desaparece, atenuando a fatalidade das ocorrências.
11 mil
é o número estimado de veículos que trafegam autalmente, todos os dias, pela rodovia SP-264. Este é o VDM (Volume Diário Médio) de tráfego. O último VDM divulgado pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem) é de 2009: 8.647 veículos.
Dossiê sobre a pista
A SP-264 começa no Km 102 + 300 metros e vai até o Km 119, em Salto de Pirapora. Depois, ela prossegue até Pilar do Sul, com tráfego bem menos intenso.
A UFSCar e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), subseção Sorocaba, preparam um dossiê sobre este primeiro trecho como parte das ações de mobilização. O objetivo é mostrar as características e principais informações da pista, como número de acidentes, mortes e pontos críticos. Este material deve ser apresentado em reunião que a Comissão Especial espera agendar com o governador.
Horário de pico
Para a Polícia Rodoviária, o período que exige maior atenção na pista é quando aumenta o movimento. Isso acontece geralmente entre 17 e 19h. De manhã, entre 7h e 8h30.