Os esforços e avanços obtidos com o emprego da Ressonância Magnética (RM) na investigação de adulterações em alimentos frescos e industrializados, além de pesquisas para detectar o teor de óleo em grãos, levaram o pesquisador Luiz Alberto Colnago a ser reconhecido pela Associação de Usuários de Ressonância Magnética Nuclear (AUREMN).
Contemplado recentemente com o Prêmio AUREMN de RM 2014, o pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) foi selecionado entre seis candidatos membros da instituição, com 40% dos votos registrados.
A premiação foi criada, em 2011, pelo atual presidente da AUREMN, José Daniel Figueroa Villar, com a proposta de motivar, fortalecer e como forma de gratidão às pesquisas realizadas sobre a temática no país. A primeira agraciada com o prêmio foi a pesquisadora da Petrobras, Sonia Maria Cabral de Menezes.
De acordo com Villar, o pesquisador Luiz Alberto Colnago é um dos melhores cientistas de RMN do Brasil. “Esse prêmio é para as pessoas que mais colaboram com ensino e desenvolvimento científico de ressonância magnética nuclear no Brasil, assim como suas ações no fornecimento de aulas, formação de recursos humanos, preparação de eventos e desenvolvimento da ciência de RMN. Em função disso, o prêmio é perfeitamente correto para o cientista”, afirma.
Bioquímico de formação, com dois pós-doutorados realizados na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, Colnago se diz honrado com a premiação. “É um reconhecimento ao trabalho realizado com ressonância magnética e motivo de orgulho, incentivo e dedicação”, comenta.
O pesquisador vai receber a medalha e documentos comprobatórios do prêmio no dia 7 de agosto, durante a XIII Jornada Brasileira de Ressonância Magnética, que vai ocorrer no período de 5 a 8 de agosto, em Pirenópolis (GO). Na oportunidade, Colnago fará uma apresentação sobre as ações e resultados obtidos com a aplicação de RM.
Recentemente foi convidado para ser um dos palestrantes PITCON, maior conferência mundial na área de química analítica e instrumentação, a ser realizada em New Orleans, nos EUA, de 8 a 12 de março de 2015. O pesquisador vai discutir o papel da química analítica no agronegócio.
Ressonância na agricultura
A ressonância magnética é conhecida como técnica de diagnóstico médico por imagens, mas já vem sendo utilizada há mais de 50 anos na área agrícola para determinar a estrutura química dos princípios ativos dos agroquímicos. No entanto, para essas análises, usam-se equipamento tão caros quanto os de uso médico e as amostras são colocadas em tubos de cerca de meio centímetro de diâmetro.
Luiz Alberto Colnago tem conduzido estudos alternativos aos métodos demorados e desenvolvido equipamentos de custos inferiores para identificar teores de óleo em grãos e fraudes em alimentos in natura - frutas e carne bovina – e industrializados – azeite de oliva, maionese e molhos de salada.
AUREMN
A Associação de Usuários de Ressonância Magnética Nuclear (AUREMN) foi fundada em 10 de agosto de 1988, no Rio de Janeiro. É uma associação sem fins lucrativos, que congrega profissionais que utilizam a técnica de Ressonância Magnética Nuclear (RMN), inclusive na aplicação de bioimagens e na área médica, assim como em ressonância paramagnética eletrônica (EPR).
Entre os principais objetivos da instituição estão estimular a pesquisa científica e tecnológica, relativa à RMN e áreas afins; promover, de forma ampla e liberal, o progresso da RMN; instituir prêmios que estimulem o desenvolvimento da RMN; colaborar com os poderes públicos no estudo e solução dos problemas que, direta ou indiretamente, se relacionem com a RMN e áreas de pesquisa afins.