Sindicato dos Metalurgicos de Sao Carlos e Regiao 8 de Agosto de 2014
Presidenta e candidata à reeleição diz ao lado de Lula que representa projeto que deu "presente e futuro" ao país. "Fizemos o que eles não souberam fazer", afirmou, ao receber apoio de sindicalistas
A presidenta Dilma Rousseff voltou a enfatizar as políticas sociais implementadas nos últimos 12 anos, incluídas as duas gestões de Lula, para demarcar diferenças em relação às candidaturas dos principais adversários, em especial a de Aécio Neves (PSDB). Em discurso para milhares de sindicalistas e militantes no ginásio da Portuguesa, zona norte de São Paulo, na noite de quinta-feira (07-08), a candidata do PT disse que representa a continuidade de um projeto "que deu ao Brasil presente e futuro". E identificou o tucano com o passado.
Participaram do ato Sindicalistas de São Carlos e região, representados pelo sindicatos: Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos e região, Sindspam (Sindicato dos Servidores Municipais de São Carlos, Sindicato dos Vigilantes de São Carlos e o Sindicato dos Empregados Rurais de Nova Europa, o evento reuniu cerca de 4 mil pessoas.
"Esse projeto mostrou que era possível, sim, desenvolver o país e ao mesmo tempo distribuir renda. Nós soubemos fazer o que eles não souberam. Eles quebraram três vezes o país", afirmou, referindo-se a idas do Brasil ao Fundo Monetário Internacional (FMI). "Levaram o Brasil ao desemprego e ao arrocho salarial", acrescentou.
A exemplo do que enfatizou na plenária da CUT realizada na semana passada, Dilma disse que não foi eleita nem será reeleita para reduzir empregos, direitos e salários. "Eu não sirvo para isso. Eu tenho um lado. Garantimos (os governo de Lula e o dela) que o Brasil jamais jogaria outra vez nas costas dos trabalhadores qualquer problema econômico que tivesse de enfrentar."
Ao citar bordões das campanhas vitoriosas de 2002, 2006 e 2010, ela sugeriu um novo slogan para este ano. "A verdade vai vencer o pessimismo, as falsidades e a desinformação", afirmou, para logo em seguida receber de representantes de seis centrais um documento de apoio e de reivindicações. Participaram do ato dirigentes de CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT.
Primeiro orador da noite, o presidente da CSB, Antônio Neto, fez referência a "ataques" ao governo e a direitos trabalhistas. E afirmou que existem "muitos Lacerdas reverberando por aí", em referência ao político Carlos Lacerda, que conspirou contra os governos Getúlio Vargas e João Goulart, nos anos 1950 e 1960. Neto, destacou sua condição de membro do diretório nacional do PMDB (do vice de Dilma, Michel Temer) e disse não ver em outros candidatos "condição moral e pessoal" de dar continuidade às atuais políticas.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, o apoio a Dilma representa uma "opção de classe". "Não se trata de gostar do PT, do PSDB, do PSB. Eles (Aécio Neves e Eduardo Campos) são os candidatos do patrão", afirmou. Ele define a opção eleitoral entre Dilma e "aqueles que queriam arrebentar a classe trabalhadora".
Freitas diz não ter dúvida de que a eleição de Aécio ou de Campos representaria o fim da política de aumentos sistemáticos do salário mínimo – hipótese negada pelos candidatos. "Eles vão jogar fora essa política." Em seu discurso, Dilma também fez menção ao tema, criticando o PSDB, sem mencionar a sigla. "Sabem qual é a medida impopular a que eles se referem? É acabar com a política de valorização do salário mínimo." Segundo a presidenta, a candidatura adversária também representa ameaça a conquistas trabalhistas. "Eles querem modificar a CLT para tirar direitos. Eu me orgulho de ter mudado a CLT para criar direitos", afirmou.
Entre os programas citados pela presidenta, estão o Pronatec (ensino técnico), que ela chamou de "revolucionário", e o Mais Médicos, que segundo Dilma não tem prazo de validade. "Vai durar enquanto o povo brasileiro precisar dele."
"Temos memória. Não queremos flexibilização de direitos, queremos cidadania", afirmou o presidente da UGT, Ricardo Patah, enquanto o presidente da CTB, Adilson Araújo, apontava principalmente a mídia por criar um "discurso terrorista" com o objetivo de desestabilizar o país.
Lula
"Eles (sindicalistas) às vezes são chatos, às vezes falam mal da gente, reivindicam coisas que a gente não pode atender", brincou Lula. "Às vezes são duros quando a gente precisava de um pouco de carinho. Eles podem contestar alguma coisa que a gente fizer, mas os primeiros a defender o governo são essa gente aqui", acrescentou, apontando para a plateia. "Eles sabem como eram tratados neste país, historicamente, antes de a gente chegar no governo. Os presidentes almoçavam com banqueiros, tomavam café da manhã com empresários e café da tarde com fazendeiros. Nunca tinha agenda para os trabalhadores."
Com informações Rede Brasil Atual |