Aconteceu na quinta-feira (04) na sede do Sindicato dos Servidores Públicos e Autárquicos Municipais de São Carlos (SINDSPAM), a assembleia com os cooperados que possuem o plano de saúde com a Unimed, para apresentação de uma proposta que a ela enviou a fim de chegar a um acordo e encerrar a ação que corre na Justiça desde o ano passado.
A diretoria da Unimed propôs a aplicação de 24% de reajuste contratual, retroativo a agosto de 2016, vinculado à migração de todos os cooperados do contrato 1437 para os novos contratos 1601 e 1602 até o dia 31 de julho de 2017.
A Unimed propôs ainda aplicar a diferença do percentual de 01 de agosto de 2016 de 13,05% com o índice proposto de 24%, esta diferença até abril estava na ordem de R$238.162,54 e deveria ser paga pelos cooperados do contrato em uma única parcela.
Antes da proposta, ser apresentada aos cooperados, a diretoria do SINDSPAM fez alguns questionamentos a Unimed e as respostas não foram nada animadoras.
O sindicato perguntou se quem fizesse a migração do contrato 1437 para os novos contratos (1601 e 1602), seriam contemplados pelo seguro e para quem tem mais de 60 anos continuaria com a garantia funeral. A Unimed respondeu que os novos contratos não contemplam o seguro, proteção familiar, PEA (Plano de Extensão Assistencial) de 03 anos, transporte aéreo e nem garantia funeral.
Outro questionamento foi se o cooperado poderia migrar para os novos contratos os pais, sogros e agregados que são beneficiários do contrato atual. A Unimed informou que os novos contratos não prevê esta inclusão.
Por último o sindicato quis saber se os cooperados que migrassem para os novos contratos (1601 e 1602), continuariam com o PEA no caso de morte do titular. A Unimed respondeu que os novos contratos somente prevê o APH (Atendimento Pré Hospitalar).
A proposta foi apresentada aos participantes da assembleia onde muitos ficaram revoltados com a postura tomada pela empresa. Vários questionamentos foram feitos aos diretores e ao jurídico do sindicato. Todas as dúvidas foram sanadas, inclusive sobre os riscos que os cooperados continuarão tendo com o processo tramitando na Justiça.
Após todas as explanações e sanadas as dúvidas dos presentes, foi dado início a votação onde a maioria negou a proposta da Unimed e optou por dar sequencia na ação judicial em curso.
O vice-presidente do SINDSPAM, Lucinei Custódio, explicou como se dará a sequencia da ação. “O nosso departamento jurídico vai pedir uma auditoria do contrato com a Unimed para verificar se os valores praticados e cobrados pela empresa, estão de acordo com o mercado, após essa auditoria o juiz é quem dará a sentença favorável a nós ou a Unimed, antes dessa auditoria fica impossível imaginar o que poderá acontecer”, finalizou.
Relembrando – No ano passado os associados do plano foram surpreendidos com um aumento abusivo de 48,60 % nas mensalidades. Para ter uma ideia, o índice estabelecido pela Agência Nacional de Saúde (ANS) foi de 13,05%. A Unimed justificou o reajuste alegando que o índice de sinistralidade do contrato com o sindicato havia aumentado. Diante a discrepância dos índices da Unimed e da ANS o sindicado em setembro de 2016, entrou com uma ação na Justiça, pedindo tutela de urgência, para barrar o aumento.
O Juiz da 1º Vara Cível, Milton Coutinho Gordo, deferiu a antecipação de tutela para suspender a incidência do reajuste de 48,60% aplicado ao contrato e determinou que a Unimed, fizesse a remissão dos boletos de cobrança com vencimento neste mês apenas com o reajuste autorizado pela ANS de 13,05%.