O vereador José Luis Rabello (PSDB) esteve na Cidade de Pindamonhangaba para conhecer o Programa de Plantas Medicinais e Fitoterapia daquele município. A visita ocorreu na última segunda-feira (23) e o parlamentar são-carlense foi recebido pela médica homeopata Maria Tereza Rodrigues Suarez, a engenheira agrônoma Sandra Maria Pereira da Silva, a assistente social Iraceles Fátima de Moraes e a arte-terapeuta Maria de Fátima Barros. Rabello foi acompanhado pela chefe de Gabinete da Saúde Luciana Galdeira, o diretor do SAMU Marcelo Paiuta e a analista legislativa representante da Comissão de Saúde Ariane Duarte Seleghim.
O Programa de Plantas Medicinais e Fitoterapia de Pindamonhangaba iniciou em 1990 e é considerado um dos pioneiros no estado de São Paulo. Para integrar o programa, o município conta com o Centro de Práticas Integrativas e Complementares (CPIC) e o Polo Regional onde acontecem as chamadas REPs (rodas de estudos sobre plantas medicinais) e que serve como distribuidor das mudas que vão para as hortas comunitárias implantadas em nove unidades do Programa Saúde da família (PSF).
O CPIC foi inaugurado em 6 de agosto de 2006 e regulamentado através da Portaria 971 de 3/5/2006 do Ministério da Saúde e Portaria Municipal 3.059 de 27/4/2007 da Unidade da Secretaria de Saúde e Assistência Social, que é responsável pela efetiva implantação e ampliação das Práticas Integrativas e Complementares na rede Municipal de Saúde. Entre seus objetivos, oferece aos usuários do SUS atendimento que contempla a integralidade do indivíduo (física, mental, emocional, espiritual, social) e a sua autonomia em relação ao seu corpo e ao seu processo de saúde e doença. O Centro de Práticas Integrativas e Complementares oferece atividades de alimentação saudável, arte-terapia, lian-gong, e atendimento homeopata e fitoterápico.
Rabello declarou que ficou muito entusiasmado com o programa desenvolvido em Pindamonhangaba. Para o vereador ficou claro que é possível realizar trabalhos semelhantes em São Carlos. “O Ministério da Saúde, além de oferecer incentivos financeiros para os municípios que desenvolvem as práticas integrativas na rede pública de saúde, ainda fornece as diretrizes de como fazer. Isso é possível por meio da política nacional de práticas integrativas complementares no SUS”.
MODELO A SER SEGUIDO - A doutora Maria Tereza explicou que todo inicio é meio complicado e normalmente há certa resistência por parte dos profissionais de saúde. Só depois que acontecem os treinamentos e as rodas de estudo com o intuito de propagar o conhecimento sobre as plantas é que essa realidade muda e muitos abraçam e apoiam o projeto. Segundo ela, é extremamente importante a formação e educação permanente dos profissionais de saúde em plantas medicinais e fitoterápicos, pois esta prática está crescendo e cada vez mais auxilia nos tratamentos de saúde. O programa se baseia na política nacional de práticas integrativas complementares do SUS e na portaria 971. “Tudo que fazemos tem embasamento no que recomenda o Ministério da Saúde. Na verdade, como o programa em Pindamonhangaba começou muito antes de 2006, quando foi aprovada a política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos nós contribuímos com o processo. Ficamos muito contentes quando servimos de referência para os demais municípios, afinal, hoje está bem mais fácil do que quando começamos”.
A assistente social Iraceles explicou que as nove unidades de Programa Saúde da Família de Pindamonhangaba contam com horta comunitária própria. O profissional, médico, faz a orientação e muitos pacientes acabam levando as mudas, sempre com a orientação e acompanhamento dos demais profissionais de saúde. “Temos o cuidado de não deixar a população pegar as mudas na horta, pois pode haver confusão por parte dos pacientes, uma vez que algumas plantas são bastante parecidas. Por isso sempre há a presença de algum profissional capacitado através dos treinamentos que são constantes. Esse cuidado é muito importante”.
Buscando atender as legislações específicas para assistência farmacêutica em fitoterápicos, desde 2008 o município disponibiliza medicamentos fitoterápicos na rede pública de saúde. São medicamentos como os cremes de calêndula e babosa, o xarope de guaco, e o colutório de tansagem utilizado pelos dentistas para os casos de inflamações bucais.
A agrônoma Sandra Maria alertou sobre a importância e procedência do solo, assim como as condições de cultivo. “As mudas que vão para as unidades saem todas daqui, pois fazemos a análise do solo e a identificação botânica das mudas. Assim, garantimos a boa procedência das mudas que são doadas à população”.
EM SÃO CARLOS - Para Rabello, São Carlos está atrasado neste sentido. “O cidadão tem o direito de poder ter acesso às alternativas complementares de tratamento de saúde. A população que tem condições e dispõe de convênio médico, quando deseja este tipo de tratamento, vai aos consultórios particulares e tem acesso. Por que a população mais carente não pode ter esse direto?”.
O vereador diz ainda que nunca deixou de ter esperança em ver o programa funcionando em São Carlos, mesmo com a descrença de muitos quando começa a falar sobre o assunto. “A Prefeitura tem se mostrado disposta a apostar neste projeto e eu não medirei esforços para contribuir o máximo possível. Ver a fitoterapia funcionando na rede pública é o meu maior objetivo e enquanto eu estiver vereando vou batalhar por isso”, finalizou Rabello.