Foi uma eleição histórica. Diferente dos outros pleitos, enfim, um feliz para os trabalhadores. A eleição do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos e Ibaté finalizada nesta terça-feira, dia 21, ratificou a vitória da chapa 2 “Transparência, Democracia e Organização”, da CUT. Dos 4.227 trabalhadores aptos a votar, 3.602 compareceram às urnas.
A Chapa CUTista venceu com 1.984 dos votos válidos, enquanto a Chapa 1 (atual direção – filiada à CGTB) contabilizou 1.618. Os votos brancos somaram 21 e os nulos 48.
A vitória representa uma nova era finalizando uma história de conservadorismo anti-democrático, onde há quase cinco décadas apenas uma família e um grupo político ocupavam o comando do Sindicato.
Foram 21 anos sem chapa de oposição. Para iniciar a mudança, foi preciso que militantes cutistas passassem a atuar dentro do Sindicato, em cargos de menor expressão ou mesmo sem cargo algum. Uma ação na Justiça para garantir a participação da Chapa 2 na eleição também foi necessária, firmando um acordo que estabelecia condições iguais. A conciliação foi proposta pela Justiça, a partir do processo onde diretores do sindicato, ligados a CGTB, pediram a anulação da assembléia extraordinária liderada pelos diretores da CUT.
“Há anos os cidadãos se pautam pelas regras antidemocráticas contidas no estatuto, que foram estabelecidas por eles próprios, sem a participação dos trabalhadores. Com a nova direção, construiremos um sindicato que seja dos trabalhadores, não mais um sindicato de família”, afirma Erick Silva, novo presidente do Sindicato.
Com a vitória, relata Erick, “o compromisso é reformular o estatuto da entidade, segundo a concepção CUTista de liberdade de organização com voto livre, autônomo e soberano, onde o trabalhador expresse de verdade a sua vontade”.
Para ele, um dos principais desafios é a construção da organização no local de trabalho, além da redução de jornada, melhoria dos PLRs, liberdade e autonomia sindical, aumento do nível de emprego, ampliação dos serviços prestados pelo Clube e Escola, lazer e qualificação são necessidades essenciais dos trabalhadores e devem ser tratados dessa forma.
O Sindicato representa hoje 13 mil trabalhadores na base, incluindo da VW – terceira maior empresa local – e da americana Tecumseh, fabricante de compressores para geladeiras, a maior empregadora da cidade.