USP São Carlos 25 de Janeiro de 2017
Com sessões gratuitas aos sábados, às 20 horas, o Cineclube do Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC) da USP, em São Carlos, promoverá a seguinte programação no mês de fevereiro de 2017:
Dia 4 – AS BATALHAS DE SÃO CARLOS
As Batalhas de São Carlos, Brasil, 2015, documentário, 34 minutos
Direção: Adriana Cassin Duz
Entrevistados: Karluz Magum, Sara Donato
O documentário busca contar ao espectador o desenvolvimento do hip hop no Brasil, mais especificamente na cidade de São Carlos, desde a sua chegada, nos anos de 1980, até os dias de hoje. Destacando a sua importância por se tratar de uma forma de arte política e socialmente engajada.
Para tanto, a obra recorre a Karluz Magum e Sara Donato, duas reconhecidas personalidades da cultura do hip hop local, os quais contam suas trajetórias, anseios e derrotas por optarem por uma filosofia de vida que, por vezes, acaba por entrar em conflito com os interesses públicos e privados.
O hip hop se destaca em regiões pobres de diversos lugares do mundo, uma vez que acaba por retratar as experiências de um cotidiano marcado pela violência. Utilizando uma linguagem simples, a qual acaba por tornar tal expressão artística acessível para maior parte da sociedade e levantando diversas bandeiras, dentre elas a de igualdade social e de gênero, o movimento rapidamente cresceu e encontrou ouvintes ao redor do mundo.
Assemelhando-se, em partes, com os movimentos de contracultura do século passado devido a sua tentativa de gerar, se não transformação, pelo menos a reflexão sobre os atuais valores estabelecidos. E ao acreditar na necessidade de uma mudança tanto comportamental quanto na consciência buscando sempre novos espaços para a expressão individual e para a exposição das realidades do cotidiano, o hip hop acaba por se aproximar do movimento hippie, que também encontrou seu auge nos anos de 1960 junto com os demais movimentos que a contracultura englobava, ao almejar a transformação da sociedade como um todo.
Após a exibição será realizado um debate com a presença da diretora Adriana Cassin Duz.
Miguel Lopes da Silva Filho
LIVRE PARA TODOS OS PÚBLICOS
Tema: Hip Hop
Dia 11 – SOPRO
Brasil, 2013, Documentário, 73 minutos
Direção: Marcos Pimentel
Elenco: Cauã Oliveira, Chico Bertolino, Dona Jacira
Sopro é um documentário que busca retratar a vida na sua forma mais simples. Com este intuito, ele trás para o espectador uma série de gravações realizadas em uma pequena vila rural no interior do Brasil. Tais filmagens concentram-se, principalmente, em mostrar para o público o cotidiano da vida no campo.
Para evitar qualquer forma de artificialidade que a gravação pudesse trazer para este ambiente quase isolado do mundo exterior, a obra conta com uma série de precauções tomadas pela equipe de filmagem, das quais podemos destacar: o fato da equipe não parecer em nenhuma das gravações, a ausência de um roteiro, permitindo que os moradores ajam da mesma forma que agem cotidianamente e a inexistência de um narrador.
Todas as precauções listadas acima acabam por tornar a obra extremamente introspectiva. O seu significado exato, de certa maneira, não existe. Um dos pilares do documentário está na interpretação que o espectador atribui à série de imagens que passa diante de seus olhos.
Mas, apesar de depender em grande parte da interpretação do espectador, a obra busca, através das imagens, guiar o público nas reflexões que este deveria apresentar ao longo da trama. Como um exemplo, podemos destacar a filmagem de um garoto sentado à frente de um cemitério, propondo à plateia uma pequena reflexão sobre a vida e a morte.
Aliás, a vida e a morte são uns dos personagens principais, estando presentes em várias cenas. A vida encontra-se presa no olhar de uma criança ou como testemunha do nascimento de um bezerro. Já a morte apresenta-se na fogueira que prepara um porco e como guardiã de um pequeno cemitério.
Sopro ganhou diversos prêmios, dentre eles o de melhor filme documentário, melhor montagem e melhor som no Festival UNASUR que ocorre na Argentina.
Miguel Lopes da Silva Filho
LIVRE PARA TODOS OS PÚBLICOS
Tema: Vida no Campo
Dia 18 – VIRA-LATAS: OS VERDADEIROS CÃES DE RAÇA
Vira-latas: Os Verdadeiros Cães de Raça, Brasil, 2016, Documentário, 78 minutos
Direção: Tiago Ferigoli
Entrevistados: Heródoto Barbeiro, Danilo Gentili, Ronnie Von, Vanice Orlandi
No filme, personalidades do meio artístico e especialistas em tratamento e cuidados com os animais expõem seu conhecimentos e fazem suas análises sobre o comportamento do ser humano em relação aos animais, em especial aos cães.
Uma crítica intensa é feita em cima dos seres humanos em geral, por tratar o cão como um ser inferior apenas por ser um animal irracional, dessa forma, muitos indivíduos se aproveitam do cachorro apenas por não agirem com a razão. Outra crítica ferrenha é aplicada a moda que se criou em se obter animais domésticos, pois os donos os adquirem e não pensam que terão que conviver com o animal durante cerca de quinze anos (média da expectativa de vida de um cão), e quando já não o querem mais, o abandonam. Desta forma, o número de cães abandonados cresce, diminuindo a qualidade de vida desses animais que são obrigados a viver nas ruas em condições inadequadas, se alimentando mal e muitas vezes morrendo por motivos banais. O tratamento com crianças altistas tem o auxílio dos cães que, quase sempre, são peças fundamentais para a melhoria dos pacientes e sua reintegração na sociedade.
O documentário consegue retratar a relação que existe entre animais domésticos e seus donos, tentando ver isso pela visão dos domesticados, sua tentativa é conscientizar a população de que os animais precisam da ajuda dos humanos e não de seu desprezo ou misericórdia. Devem ser vistos como seres iguais a nós e serem tratados de maneira que eles se sintam confortáveis e estejam inclusos no "mundo humano" e continuem fazendo parte do mundo animal, com brincadeiras e suas travessuras, de onde nunca devem sair.
Após a exibição será realizado um debate com a presença de Laíde Simões, vereadora e representante da UIPA em São Carlos.
Eric Martins da Silva
LIVRE PARA TODOS OS PÚBLICOS
Tema: Vida animal
Dia 25 – O VELHO - A HISTÓRIA DE LUIZ CARLOS PRESTES
O Velho - A História de Luiz Carlos Prestes, Brasil, 1997, documentário, 105 minutos
Direção: Toni Venturi
Entrevistados: Luís Carlos Prestes, Oscar Niemeyer, Eliane Brum, Fernando Morais
O documentário retrata a vida e o legado de Luiz Carlos Prestes, um dos grandes nomes do século XX. Buscando contextualizar os fatos de sua vida pública e particular com o contexto histórico em que o “cavaleiro da esperança”, como ficou conhecido, estava inserido. A obra deixa explícita a relação existente entre as esferas pessoal e social e como uma interfere na outra.
O filme começa em seu nascimento, em 1898, e se estende até sua morte que ocorre em 1990. Através destas datas é possível observar que Prestes representa um homem do século XX, apresentando todas as contradições e limitações que a época encerrava dentro de si.
A obra utiliza a vida do Velho, codinome pelo qual Luiz Carlos Prestes passou a ser conhecido, como pretexto para contar a história do Brasil e do mundo no século passado. Para realizar tal feito, são relembrados os principais eventos que marcaram, além da vida de Prestes, a trajetória de todo um país. Como exemplo, o Tenentismo, o qual ocorreu no início dos anos de 1920, que contou com Prestes como um dos principais responsáveis ao liderar a famosa Coluna da Esperança que logo depois, passou a ser conhecida como Coluna Prestes.
Sem se preocupar com uma ideia tão pueril quanto à imparcialidade, o documentário busca expor os fatos concretos existentes ao redor da imagem de Prestes. Critica a sua posição política ao se aproximar do stalinismo, além de sua falta de tato ao fazer, por diversas vezes, interpretações errôneas acerca da conjectura política do Brasil que, por mais de uma vez, acabaram trazendo consequências negativas não só para o Velho mas, para todos ao seu redor. Mas, além das críticas, a obra também demonstra que a grande preocupação de Prestes foi o bem estar do povo, chegando a colocar este objetivo acima de seus problemas pessoais.
Miguel Lopes da Silva Filho
LIVRE PARA TODOS OS PÚBLICOS
Tema: Biografia
O CDCC fica na Rua Nove de Julho, 1227, Centro.
Mais informações:
Tel.: (16) 3373-9772
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