Um grande ato Contra a Reforma da Previdência foi realizado no sábado (18/03), em São Carlos, no qual reuniu mais de 5 mil pessoas que tomaram as ruas exibindo faixas, cartazes, bandeiras, apitos e dialogando com a sociedade. A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos, e teve participação da sociedade civil, diversos sindicatos da cidade e região, movimentos sociais, entidades religiosas e autoridades.
Com concentração na Praça Itália, a caminhada desceu pela Avenida São Carlos, até o Mercado Municipal, ganhando o apoio da população, do comércio, por onde passava. Ao longo do ato, dirigentes de várias entidades sindicais, autoridades se revezaram no caminhão de som para enfatizar as lutas de suas categorias.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos, ressaltou a importância da luta contra a reforma da previdência. “Fiquei muito feliz com o ato, demos o nosso recado, que não queremos a Reforma da Previdência. Hoje foi o dia da classe trabalhadora sair às ruas, para combater de forma unitária esse projeto que é um desmonte aos nossos direitos. Parabéns a todos trabalhadores presentes e vamos à luta!”, declarou Erick Silva.
Dentre os principais pontos das reformas propostas, a da Previdência estabelece idade mínima de 65 anos para a aposentadoria e tempo mínimo de contribuição de 25 anos, para conseguir o benefício integral será preciso ficar no mercado por 49 anos; praticamente acaba com a aposentadoria especial para quem exerce atividades insalubres ou perigosas; vai deixar as pensões com valores inferiores ao salário mínimo. Já a reforma trabalhista mexe na jornada de trabalho, muda os contratos de trabalho, generaliza a terceirização, defende o negociado sobre o legislado.
O Procurador do Ministério Público Federal do Trabalho em Araraquara, Dr. Rafael de Araújo Gomes esteve presente no ato e declarou a preocupação do MP diante das Reformas Trabalhista e da Previdência. “Estamos preocupados com o pacote de maldades contra o povo brasileiro. A Reforma Trabalhista por exemplo, entre outras coisas pretende universalizar o contrato por tempo parcial, com menos salários, menos direitos, menos férias. Neste contrato parcial a jornada chega a 2/3 da jornada integral, ou seja, fica extremamente interessante para o empregador, substituir o integral com mais salários e direitos, pelo parcial que visa empregos precários e sem futuro. Desta forma, querem tirar dos mais pobres e entregar para os mais ricos. O projeto de terceirização é outro desmonte, permite que todos os trabalhadores sejam terceirizados, é precarização. Precisamos lutar contra essas reformas, pela manutenção da democracia neste país”, explicou o Dr. Rafael de Araújo Gomes
Para o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos, Vanderlei Strano, os trabalhadores precisam estar mobilizados. “Neste momento, precisamos que todos os trabalhadores tenham consciência do ataque que vem sofrendo com a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista, pois essa luta é coletiva, e é mais uma etapa do golpe contra o povo. A nossa categoria se fez presente neste ato, diversas empresas da base, na Tecumseh, por exemplo, foi aprovado paralisação, e hoje trabalhadores na Tecumseh estão em massa presentes aqui, é muito gratificante ver essa unidade. Não podemos permitir que mexam em nossos direitos”, salientou Vanderlei Strano.
A Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT/SP (FEM-CUT/SP), esteve representada pelo presidente, Luiz Carlos Dias, Luizão, que destacou a luta dos trabalhadores. “Estamos nas ruas em todo Estado pra dizer que não vamos permitir Nenhum Direito a Menos. Infelizmente esse governo ilegítimo, vem tentando fazer com que o Brasil volte ao Regime de Escravidão, as reformas Trabalhistas e da Previdência é retirada de direitos. Essa manifestação também é contrária ao projeto de terceirização, que o Congresso votará nesta terça-feira (21), precisamos nos manter unidos, pois somente com unidade e mobilização, vamos vencer esses desmontes”, finalizou Luizão.
Para o Secretário Geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos, Ronaldo Lopes, os metalúrgicos continuarão cobrando posicionamento dos deputados mais votados na região. “Os deputados não terão sossego, nós metalúrgicos de São Carlos, vamos continuar cobrando do Congresso, dos deputados da região um posicionamento sobre o projeto da reforma da Previdência. Tentamos inúmeras vezes contato com o Deputado Federal Lobbe Neto, que é o represente local, e que foi convidado para o ato mas não compareceu, deixando mais uma vez o trabalhador sem resposta. Continuaremos tentando uma agenda com o Lobbe, pois não aceitamos que ele vote contra o trabalhador”, explicou o secretário geral da entidade.
Dentre as entidades sindicais de São Carlos, somaram forças à mobilização o Sindspam, Sinthogastro, Sincomerciários, Apeoesp, além dos Sindicatos de Araraquara (Bancários, Sismar e Sindsaude). A Central Única dos Trabalhadores (CUT/SP) também esteve presente. Dos movimentos sociais participaram o Levante Popular da Juventude de São Carlos e Promotoras Legais Populares. Vereadores também participaram da mobilização, além de militantes de partidos políticos (PT e do PCdoB).
A campanha contra a Reforma da Previdência terá continuidade em São Carlos. Entidades que fazem parte do Comitê Contra a Reforma da Previdência estarão organizando novas ações em breve.
