Elementos inseridos na engenharia de tráfego como semáforos e placas são essenciais para a educação sobre trânsito no ensino fundamental. Uma pesquisa da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP verificou que mais de 80% dos alunos tinham uma percepção do trânsito relacionada a esses elementos.
— Quando é perguntado ao aluno o que ele entende de trânsito, ele responde com elementos que vê no seu dia-a-dia — diz o engenheiro José Leles de Souza, autor do estudo.
Contudo, o engenheiro destaca que não observou nas escolas a mesma preocupação. Assim, seu estudo também analisou a forma mais adequada de introduzir a educação sobre trânsito no ensino fundamental.
— Não adianta ensinar as leis e outros termos abstratos para os alunos porque eles não vão captar. É preciso usar elementos que sejam facilmente reconhecidos — diz Souza.
A pesquisa também procurou encontrar uma forma que adequasse a legislação do trânsito com a legislação educacional. A forma encontrada utiliza a concepção de transversalidade, no qual os conceitos sobre trânsito são ensinados junto com as disciplinas já existentes.
Com isso, não há a necessidade de se criar uma outra matéria e os professores podem adequar o conhecimento de sua área de estudo com conteúdos de terminologia da engenharia do tráfego.
O engenheiro ainda destaca que esse formato incorpora nos alunos a importância dos elementos do trânsito no seu cotidiano, ao invés de se decorar o que significam.
— Nós não queremos que os estudantes recebam a informação pela informação. Mais importante que o sinal vermelho significar que a pessoa tem que parar, é saber o porquê ela tem que parar, os riscos que tomará caso não obedeça ao semáforo — conclui.
AGÊNCIA USP DE NOTÍCIAS