O curso de graduação em Medicina da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) recebeu conceito 5 (máximo) na última avaliação realizada pelo Ministério da Educação (MEC), com vistas à renovação de Reconhecimento de Curso. Os avaliadores estiveram na Universidade entre os dias 29 de outubro e 1º de novembro e analisaram três dimensões - organização didático-pedagógica; corpo docente; e infraestrutura -, concluindo que o curso de Medicina da UFSCar apresenta perfil de excelência.
Para o professor Ubiratan Cardinalli Adler, do Departamento de Medicina (DMed) da UFSCar e Coordenador do curso, a avaliação traduz 12 anos de trabalho dos docentes, discentes e da Universidade, que acolheu o curso de Medicina e suas peculiaridades. "O projeto pedagógico da Medicina da UFSCar adiantou-se às Diretrizes Curriculares Nacionais de 2014 ao estabelecer um currículo integrativo em relação à prática e à teoria, às Ciências Básicas e a clínica, ao trabalho e ao aprendizado, usando metodologias ativas como instrumento e o Sistema Único de Saúde (SUS) como cenário de prática profissional", afirma Adler. 
Em seu roteiro de avaliação, a comissão do MEC entrevistou um grupo de estudantes do primeiro ano, em atividade de Situação-Problema; visitou o Laboratório de Integração Morfofuncional do DMed e a Unidade de Simulação da Prática Profissional em Saúde (USPPS) da UFSCar, cenário qualificado das estações de simulação da prática profissional; observou a atuação dos estudantes do segundo ano em uma Unidade de Saúde de Família (USF-Tortorelli), sob supervisão docente e orientação de uma preceptora da USF; conheceu as instalações da Unidade Saúde-Escola (USE), onde funcionam ambulatórios de ensino e pesquisa; e observou a prática profissional dos estudantes do Internato na Santa Casa de São Carlos e no Hospital Universitário (HU-UFSCar). 
Para Adler, por meio das visitas realizadas, "os avaliadores puderam constatar que o projeto pedagógico tem sido efetivamente executado, apesar dos percalços. Os alunos se qualificam por meio da prática nos cenários reais, mas o entorno também se qualifica pela interação com o curso de Medicina", avalia o coordenador. Além disso, ele destaca que alguns docentes do DMed estão atualmente na direção da Hospital Universitário, da Maternidade da Santa Casa, da USE, da USPPS, e também colaboram em funções estratégicas na Secretaria Municipal de Saúde de São Carlos e em serviços assistenciais do SUS. "Chamamos o SUS de São Carlos de 'Rede Escola de Saúde', que tende a ser uma extensão operacional do DMed", diz Adler.
Medicina na UFSCar
O curso foi criado em 2006 e já formou cerca de 280 médicos. Atualmente, são 240 alunos e cerca de 75 docentes, entre pós-doutores, doutores, mestres e especialistas. Segundo Adler, desde a primeira turma, os egressos da Medicina UFSCar estão entre os melhores médicos recém-formados do Estado de São Paulo, pelo desempenho que obtêm no exame anual do Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremesp) e nas concorridas provas de Residência Médica. Os estudantes também se destacam no Teste de Progresso, exame anual realizado por um consórcio de escolas médicas para alunos do 1º ao 6º ano. "Temos mantido um desempenho acima da média, ao lado de universidades conceituadas e que têm cursos de Medicina consolidados", comemora Adler. 
Os bons resultados não escondem os desafios a superar: "ainda somos incipientes em termos de pesquisa e há dificuldades estruturais, inerentes a um Sistema de Saúde negligenciado e subfinanciado. Entretanto, com o HU atingimos um novo patamar, reforçado por um número recorde de docentes no Departamento de Medicina. Estamos vivendo uma fase de diálogo construtivo com a Universidade, com a Santa Casa e com a própria Secretaria Municipal de Saúde, em seus diferentes níveis. Com esses parceiros, temos criado novas possibilidades de ensino e pesquisa, apesar das restrições orçamentárias que todos sofremos", conclui o Coordenador do curso.