Jesús Montoya Omaña, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura (PPGLIt) da UFSCar, foi o vencedor da segunda edição do Prêmio Franco-Venezuelano de Literatura com o livro de poemas "Rua São Paulo".

A obra é uma coletânea de poemas que tem como eixo memórias, deslocamentos e viagens. Ao mesmo tempo, os poemas se conjugam com fotografias tomadas em distintos períodos, da experiência do autor na Venezuela e em sua chegada ao Brasil. "Sou natural da região andina da Venezuela. Sempre vivi entre Mérida e San Cristóbal. Essas duas cidades, e todo o espaço andino, em geral, são de suma importância em minha obra, enquanto figuras interiores dela", explica Omaña.

Na UFSCar, o pós-graduando pesquisa a função da reescrita na obra do poeta chileno Héctor Hernández Montecinos. "Estudar a obra de Héctor Hernández é, de alguma forma, revisitar a poesia latino-americana como um arquivo. No fim das contas, as tradições poéticas nacionais nela se conjugam, dando uma ideia da obra como comunidade, a qual me interessa muito na hora de escrever", descreve ele sobre a relação entre o livro e os estudos que desenvolve.

Este não é o primeiro prêmio literário recebido por Omaña. "Na Venezuela, é muito difícil publicar. Nestes anos, participei de vários concursos e acabei ganhando o Prêmio de Obras para Autores Inéditos, de Monte Ávila Editores, por Las noches de mis años; e o I Prêmio Hispano-americano de Poesia 'Francisco Ruiz Udiel', por Hay un sitio detrás de los incendios."

Patrocinado pela Embaixada Francesa na Venezuela, pela Universidade de Carabobo e pela Fundavag Ediciones, o Prêmio Franco-Venezuelano de Literatura visa incentivar a vocação literária de jovens autores na Venezuela. O júri, que avaliou 113 trabalhos submetidos, foi composto pelos escritores Gina Saraceni, Joaquín Marta Sosa, Rafael Castillo Zapata e pelo Embaixador da França, Romain Nadal. Além de premiação em dinheiro, o livro "Rua São Paulo" deverá ser publicado no próximo ano.