Durante a reunião que teve com um grupo de estudantes da Fadisc (Faculdades Integradas de São Carlos), no dia 13 de abril, o ministro da Educação, Fernando Haddad, prometeu garantir as bolsas do PROUNI a 138 bolsistas que estão matriculados na instituição.
Ele solicitou ao comitê de mobilização dos universitários a lista de todos os estudantes beneficiados pelo PROUNI para estudar caso a caso e realizar o processo de transferência para outras instituições de ensino superior o mais rápido possível. “Ele nos deu sua palavra que não permitiria que nós perdêssemos o próximo semestre”, afirma o aluno de Engenharia de Produção, Cassiano Tavares, que participou de encontro com Haddad. Segundo Tavares, o ministro também garantirá o processo de transferência para todos os alunos pagantes.
O ministro Haddad recebeu dos universitários um dossiê completo sobre as irregularidades cometidas pela Fadisc e de toda crise institucional e financeira que a faculdade enfrenta. No relatório, segundo Tavares, foram anexadas dezenas de reportagens da FOLHA que tratam do tema. No dia 14 de abril, Haddad também recebeu as matérias e os links da reportagem do encontro em São Paulo, através da internet.
A reunião de Haddad com os estudantes se deu no dia 13 no Hotel Matsubara, em São Paulo. Também participou do encontro o presidente do diretório estadual do PT, o deputado estadual Edinho Silva. O universitário Ronaldo Gonçalves está confiante em uma solução. “Nossa esperança é que o ministro Haddad se sensibilize com nossos problemas e aponte alguma solução. É nossa última esperança. Se ele, o ministro, não resolver, então, não teremos mais a quem recorrer”, enfatizou ele.
No início do aprofundamento da crise, os estudantes chegaram a sonhar com uma intervenção do Ministério da Educação (MEC) e uma possível integração dos cursos da Fadisc à UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), alternativa que parece inviável.
A universitária Marcia Maria Barboza da Silva, do quinto período de Engenharia de Produção, afirma que o aluno da Fadisc vive uma situação muito complicada. “A faculdade não paga os professores há vários meses. Em consequência disso não temos aulas, não temos nem as notas e estamos sem saber como ficar. O prédio é antigo, tem rachaduras. Não há transparência da direção da universidade em passar informações e nem na questão financeira. Então, está muito complicado”.
Em fevereiro deste ano, o MEC recebeu um dossiê com 13 acusações contra a Fadisc: pagamento de mensalidades em juízo; acervo da biblioteca defasado; falta de laboratórios; falta de reconhecimento dos cursos; falta de coordenadores dos cursos; não acompanhamento do regimento interno; prédio com várias avarias, prédio com várias penhoras judiciais; prédio com vários insetos; retenção de diplomas pagos pelos alunos formados, não reinício do ano letivo para o curso de Engenharia de Produção, possibilidade de greve dos professores por falta de pagamento e rematrícula fraudulenta.